Islândia: segredos entre o gelo e o fogo

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A Islândia encanta não apenas por suas geleiras, vulcões e fiordes, mas principalmente pelos costumes que revelam o coração de seu povo. Quando você mergulha em suas tradições, percebe rapidamente que o país vai muito além das paisagens espetaculares. Cada prática cultural reflete uma história profunda, cheia de significado, e mostra como a vida em um território isolado pode ser surpreendentemente rica, acolhedora e criativa.

Rainbow Street no centro da cidade de Reykjavik
Rainbow Street no centro da cidade de Reykjavik

Quem é parente de quem, afinal?

Para evitar situações constrangedoras, os islandeses desenvolveram o Íslendingabók, um repositório genealógico disponível online que permite descobrir, em poucos segundos, se alguém que você acabou de conhecer é ou não seu parente. O banco de dados já reúne informações de mais de um milhão de pessoas, o que representa praticamente toda a população do país. Essa iniciativa mostra como uma nação pequena e isolada transformou um possível problema em uma solução inteligente. Assim, além de promover transparência, o sistema fortalece os laços comunitários e reforça o senso de pertencimento que caracteriza o povo islandês.

Lagoa Glacial na Islândia
Lagoa Glacial na Islândia

Bebê dormindo ao ar livre? Sim, e com propósito

Na Islândia, é comum ver bebês tirando sonecas ao ar livre, mesmo quando o frio aperta. Essa prática, que pode parecer estranha para quem vem de fora, faz parte da cultura local há gerações. Os pais acreditam que, ao expor os pequenos a temperaturas mais baixas por curtos períodos, ajudam a fortalecer o sistema imunológico. Essa tradição combina sabedoria ancestral e confiança na natureza com uma visão prática da vida cotidiana. Assim, o hábito se mantém vivo e continua refletindo o estilo de vida saudável e equilibrado dos islandeses.

Na Islândia é tradicional deixar os bebês dormirem ao ar livre, sempre aquecidos com vestimentas adequadas e sob supervisão (imagem inlustrativa).

Sol que não se põe e noites que não existem

Durante o solstício de verão, a Islândia vive um fenômeno fascinante: o sol da meia-noite. Nessa época, o dia parece não terminar nunca, e o país inteiro ganha uma luz dourada que transforma a rotina. As pessoas aproveitam esse período para ficar mais tempo ao ar livre, praticar esportes, viajar e celebrar. Além disso, quem visita o país nessa época experimenta uma sensação quase mágica de tempo suspenso, em que o corpo e a mente se adaptam naturalmente a uma nova forma de viver o dia.

Cavalos islandeses e o sol da meia noite
Cavalos islandeses e o sol da meia noite.

Sabores que desafiam o paladar

A culinária islandesa reserva surpresas que vão muito além do esperado. Entre as iguarias mais conhecidas estão o hákarl, o famoso tubarão fermentado, e a tradicional cabeça de cordeiro, ambos cheios de história e simbolismo. Além disso, há pratos típicos do ciclo festivo, como o þorramatur, que reúne carnes curadas, fermentados e sabores intensos. Cada receita carrega séculos de tradição e mostra como o povo islandês aprendeu a usar todos os recursos disponíveis para sobreviver em meio a condições extremas. Assim, a comida se transforma em um testemunho vivo da criatividade e da força de um povo que aprendeu a extrair sabor de cada desafio.

Hákarl e cabeça de cordeiro – iguarias islandesas.
Hákarl e cabeça de cordeiro – iguarias islandesas.

Não é tão gelado quanto se imagina

Muita gente acredita que a Islândia vive em temperaturas quase antárticas, mas, na verdade, o clima do país é bem mais ameno. Graças à corrente quente do Atlântico Norte, o tempo se mantém moderado o ano todo. Nas regiões costeiras, por exemplo, a média anual fica entre 3 °C e 5 °C, o que surpreende muitos visitantes. Essa característica ajuda a desmistificar a ideia de um país permanentemente congelado e revela um ambiente muito mais acolhedor do que se imagina.

Sabrina Chinellato em estrada deslumbrante na Islândia
Sabrina Chinellato em estrada deslumbrante na Islândia

Um império das letras e da leitura

A Islândia tem uma tradição literária admirável e única. Suas sagas são reconhecidas mundialmente, e o país figura entre os que mais publicam livros por pessoa em todo o planeta. Todo Natal, acontece o Jólabókaflóð (pronuncia-se Yo-la-bok-a-flod), a famosa “Inundação de Livros de Natal”, quando as pessoas trocam livros e passam a noite lendo. Essa celebração mostra como a leitura e a escrita ocupam um papel essencial na identidade islandesa, unindo gerações e mantendo viva a paixão pelas palavras.

Aurora Boreal na varanda do hotel da Expedição Islândia®
Aurora Boreal na varanda do hotel da Expedição Islândia®

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